Aproximadamente BRL3,3 bilhões de instrumentos de dívida afetados
Sao Paulo, February 04, 2011 -- Moody's América Latina (Moody's) afirmou os ratings Baa3 na escala
global e Aa1.br na escala nacional brasileira da CEMIG GERAÇÃO
E TRANSMISSÃO S.A. (CEMIG GT) e CEMIG DISTRIBUIÇÃO
S.A (CEMIG D). Ao mesmo tempo, Moody's afirmou
os ratings de emissor Ba1 na escala global e Aa2.br na escala nacional
brasileira da empresa controladora (holding) Companhia Energética
de Minas Gerais (CEMIG). Moody's alterou a perspectiva de
todos os ratings para estável.
A ação de rating afetou as seguintes emissões de
dívida:
CEMIG GT
- BRL 238,8 milhões, com vencimento em 2011,
garantidos pela CEMIG - Baa3/ Aa1.br
- BRL 1.566 milhão, com vencimento em 2012,
garantido pela CEMIG - Baa3/ Aa1.br
- BRL 1.134 milhão, com vencimento em 2015,
garantido pela CEMIG - Baa3/Aa1.br
CEMIG D
- BRL 250,5 milhões, com vencimento em 2014,
garantidos pela CEMIG Baa3/ Aa1.br
Os ratings de emissor Baa3 da CEMIG GT e CEMIG D refletem o perfil geral
de grau de investimento da CEMIG e de suas subsidiárias numa base
consolidada, visto que juntas estas empresas possuem indicadores
de crédito adequados para a categoria de rating, uma forte
presença no setor brasileiro de energia elétrica,
administração experiente, competitividade reconhecida
e práticas de governança corporativa acima da média.
O programa de aquisições e investimentos em imobilizado
relativamente ambicioso, o ambiente regulatório brasileiro
em desenvolvimento, índice de distribuição
de dividendos relativamente elevado, e riscos associados à
potencial interferência política do Governo de Minas Gerais
na estratégia de negócios da CEMIG limitam os ratings.
A alteração da perspectiva para estável de negativa
realizada pela Moody's reflete a capacidade comprovada da CEMIG
de obter financiamentos no tempo necessário e relativamente adequados
para seu programa de aquisições e investimentos em imobilizado
nos últimos quinze meses ao mesmo tempo que reportou no mesmo período
indicadores de crédito ainda razoavelmente em linha com a categoria
de rating Baa3.
A aquisição da TRANSMISSORA ALIANÇA DE ENERGIA ELÉTRICA
S.A. (TAESA) (Baa3; estável) e mais recentemente
o aumento da participação na LIGHT S.A. (LIGHT)
(Ba1; estável) destacam-se como dois dos principais
exemplos da implementação da ambiciosa estratégia
da CEMIG de se tornar um dos participantes líderes do setor de
energia elétrica brasileiro.
Em linha com as expectativas da Moody's, CEMIG tem apresentado
indicadores de crédito mais fracos em uma base consolidada desde
o final de 2009, quando anunciou a aquisição da TAESA.
Dado o elevado montante de aproximadamente BRL 5 bilhões envolvido
nesta aquisição, os indicadores de crédito
da CEMIG refletiram imediatamente os índices de alavancagem mais
elevados. Adicionalmente, a aquisição impactou
de maneira severa sua posição de liquidez visto que a maior
parte do financiamento para a aquisição foi inicialmente
feita através de endividamento de curto prazo.
Apesar da alavancagem mais elevada e da liquidez reduzida, CEMIG
mais uma vez demonstrou que possui acesso resiliente aos mercados de capitais
locais, visto que substituiu a dívida de curto prazo por
uma emissão de BRL 2,7 bilhões em debêntures
de longo prazo no mercado local no início de 2010 e assinou um
acordo de acionistas com um grupo de investidores institucionais para
financiar parcialmente a aquisição da TAESA.
A administração da CEMIG afirmou sua intenção
de repetir a estrutura de aquisição da TAESA com aportes
adicionais de capital na aquisição de ações
da LIGHT. As vantagens dessa estratégia financeira e de
negócios é a obtenção de financiamento de
prazo relativamente longo e do controle compartilhado da empresa através
de acordo de acionistas, ao mesmo tempo que CEMIG, permanecendo
como acionista minoritário, mantém as empresas adquiridas
como entidades privadas.
Isso é particularmente importante porque como empresas privadas
não estão sujeitas a orçamento do governo ou a limites
de empréstimos e, consequentemente, não precisam
solicitar aprovação para obterem novos empréstimos
e podem acessar uma variedade mais ampla de alternativas de financiamento.
CEMIG deve assinar um acordo de acionistas com um grupo de instituições
financeiras, as quais constituirão um fundo de investimento
para juntamente com CEMIG adquirir aproximadamente 26% do capital
da LIGHT de dois principais acionistas que estão deixando o controle
desta empresa. Este consórcio deve contribuir com até
BRL 1,6 bilhão sendo que a participação da
CEMIG seria de aproximadamente BRL 400 milhões.
Este acordo implica a CEMIG como sendo financeiramente obrigada,
à discrição do referido grupo de instituições
financeiras, a comprar a participação desses investidores
após cinco anos. Diferentemente do acordo assinado com os
investidores da TAESA, os quais eram essencialmente fundos de pensão,
os novos acionistas da LIGHT provavelmente exercerão seus direitos
de venda de sua participação para a CEMIG depois de cinco
anos. O acordo deverá estabelecer dividendos mínimos
cumulativos da LIGHT garantindo aos investidores, no caso do exercício
da opção de venda ao final de cinco anos, uma remuneração
negociada pelas partes.
Moody's observa que para ser conservadora considera as obrigações
de recompra de participação provenientes desses acordos
de acionistas como sendo dívida fora dos balanços (off-balance
debt) para fins de aplicação de suas projeções
próprias e de sua metodologia de rating. Da mesma maneira,
Moody's também tem realizado ajustes adicionais a fim de
refletir a potencial consolidação integral da TAESA e LIGHT,
os quais indicam que a CEMIG terá indicadores de crédito
ainda em linha com o rating Baa3 porém no extremo inferior desta
categoria, deixando pouca margem para absorver quaisquer eventos
não previstos. Essas projeções são
conservadoras na medida em que a Moody's prevê maiores aquisições
no médio prazo, em linha com o que a administração
tem afirmado consistentemente, entretanto o tamanho dessas aquisições
juntamente com as modalidades de financiamento ditarão ações
de rating futuras.
A perspectiva estável reflete as expectativas da Moody's
de que CEMIG administrará de maneira prudente seu programa de aquisições
e investimentos em imobilizado a fim de manter seus indicadores de crédito
e preservar sua atual posição de liquidez, que são
mais compatíveis com a categoria de rating Baa3 do que anteriormente
à transação da TAESA ocorrida há um ano.
Dado o ambicioso programa de investimentos em imobilizado e aquisições
da CEMIG, a probabilidade de uma elevação de rating
no médio prazo é muito limitada. Quantitativamente,
Moody's apenas consideraria uma elevação de rating
caso o fluxo de caixa retido sobre a dívida total ajustada (RCF/Debt)
permanecesse acima de 20% e a cobertura de juros (CFO Pre-WC
+ Interest/Interest) subisse acima de 4,5x em uma base consistente.
Os ratings poderiam ser rebaixados caso CEMIG continue realizando aquisições
consideráveis mas falhe em preservar seu perfil de liquidez e de
estrutura de capital sem contínuos vencimentos de dívida
de curto prazo significativos. Os ratings também poderiam
ser rebaixados caso o fluxo de caixa retido sobre dívida total
ajustada cair abaixo de 11% ou a cobertura de juros ficar abaixo
de 3,0x.
De acordo com a metodologia da Moody's para emissores relacionados ao
governo ("GRIs"), o rating corporativo Baa3 da CEMIG
reflete a combinação das seguintes variáveis:
- Perfil de risco de crédito individual ("BCA")
10 (mapeado em Baa3)
- Alto nível de dependência (70%)
- Nível moderado de suporte do governo (31 a 50%)
- O rating Ba1 do Estado de Minas Gerais, que tem perspectiva
estável.
CEMIG é um emissor relacionado ao governo, conforme definição
da metodologia de rating da Moody's intitulada "The Application of Joint
Default Analysis to Government Related Issuers". A metodologia
da Moody's para GRIs incorpora sistematicamente no rating tanto o perfil
de risco de crédito individual ou "BCA" da empresa
quanto uma avaliação da probabilidade de seu governo controlador
fornecer suporte extraordinário para as obrigações
da empresa. O BCA de um GRI é expresso em uma escala de
1 a 21 ou como sendo um intervalo dentro da escala de 1 a 21, de
acordo com a preferência do emissor, na qual um representa
o risco equivalente a um Aaa, dois a Aa1, três a Aa2
e assim por diante. Consulte os special comments da Moody's "Rating
Government-Related Issuers in Americas Corporate Finance" e "Government-Related
Issuers: July 2006 Update" no moodys.com para informações
adicionais sobre GRIs.
O rating Aa1.br na escala nacional reflete a posição
da qualidade de crédito das empresas operacionais da CEMIG em relação
aos seus pares domésticos. Os Ratings em Escala Nacional
da Moody's (NSRs) têm o intuito de serem avaliações
relativas da idoneidade creditícia entre as emissões de
dívida e os emissores de um dado país, a fim de permitir
que os participantes do mercado diferenciem melhor os riscos relativos.
Os NSRs no Brasil são designados por um sufixo ".br".
Emissores ou emissões com rating Aa1.br demonstram idoneidade
creditícia muito forte em relação aos pares domésticos.
Os NSRs são diferentes dos ratings globais da Moody´s pois
não são globalmente comparáveis ao universo global
de entidades classificadas pela Moody´s, mas apenas a NSRs
de outras emissões e emissores classificados no mesmo país.
A última ação de rating para CEMIG ocorreu em 12
de janeiro de 2010, quando Moody's afirmou seus ratings de
emissor Baa3 na escala global e Aa1.br na escala nacional brasileira
para a Cemig Geração e Transmissão S.A ("CEMIG
GT"). Ao mesmo tempo, Moody's atribuiu um rating Baa3 na
escala global e Aa1.br na escala nacional brasileira para BRL 2,7
bilhões em debêntures locais sem garantia de ativos reais
emitidas pela CEMIG GT.
A principal metodologia utilizada para o rating da CEMIG foi a Regulated
Electric and Gas Utilities Rating Methodology (agosto de 2009).
Sediada em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, a Companhia
Energética de Minas Gerais - CEMIG -- é
uma empresa de capital aberto com participações nos segmentos
de geração, transmissão e distribuição
de eletricidade. O governo do Estado de Minas Gerais possui 51%
de seu capital votante e 22% de seu capital total. A Cemig
Geração e Transmissão S.A. (CEMIG GT)
e Cemig Distribuição S.A. (CEMIG D),
são as duas principais subsidiárias da CEMIG responsáveis
por cerca de 86% das Vendas Líquidas e 80% do EBITDA
consolidado. Em 2009, a CEMIG D vendeu 22,2TWh no Estado
de Minas Gerais e é a terceira maior distribuidora de energia elétrica
do Brasil. A CEMIG GT é uma das maiores geradoras brasileiras
de eletricidade com uma capacidade instalada de 6,9GW. Nos
últimos doze meses, findos em 30 de setembro de 2010,
a CEMIG declarou receitas líquidas de BRL 12.418 milhões
(USD 7.004 milhões) e lucro líquido de BRL 1.697
milhões (USD 957 milhões).
Sao Paulo
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Moody's afirma CEMIG GT e CEMIG D em Baa3; perspectiva estável